Rola dizer “não” cara a cara depois do “sim” via Hornet?

Rola dizer “não” cara a cara depois do “sim” via Hornet?

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Você ficou com tesão, usou o Hornet pra bater um papo (em vez de uma punheta) e marcou um encontro com o cara que, naquele momento, fez o seu pau coração pulsar mais forte.

Um dos dois cruzou a cidade, tipo um delivery ou Uber Eats, diretamente pro sexo na casa dele ou na sua, mas na hora em que a porta da esperança se abriu, você percebeu que o carinha não era nada daquilo que a sua expectativa havia idealizado.

As fotos não condiziam com a realidade (se as pessoas já dão o truque no Instagram, imagine no app de pegação?!), o cheiro não era bom, o hálito parecia salgadinho Cheetos, o papo ao vivo não agradou e a química simplesmente não rolou. Enfim, algo aconteceu e a atração virtual inicial não correspondeu em nada com a realidade.

As frases que você escreveu ou leu pra este cara via Hornet foram: “Vou te chupar muito”, “quero você dentro de mim”, “vou socar forte até você gozar”, “topa me fuder com mais um?”, “que delícia de rabo”, “curto meter olhando nos olhos”, “pode me arrombar do seu jeito que você quiser”… mas ao vivo você nem mesmo repararia ou se interessaria por esta pessoa, mesmo se a visse andando pelada pela rua.

Diz aí, rola dizer um “não” ao vivo, cara a cara, mesmo depois de ter dito “sim” via app?

 

 

Se esta situação fosse uma prova de múltipla escolha, você assinalaria a opção:

A- Digo que não vai rolar e pronto. Me despeço, bato uma punheta sozinho ou começo uma nova procura no aplicativo. E ainda bloqueio o perfil do cara pra não correr o risco de no mês que vem acabar caindo na mesma situação, afinal, a memória é fraca.

B- Se já está no inferno, trepa até com o capeta! O ideal é sempre transar com tesão, mas às vezes, no final da balada ou num momento de pura falta de opção, acaba rolando um momento “só tem Pepsi, pode ser?”. Quem sabe no futuro, após uma péssima transa, acaba rolando uma amizade.

C- Você não chega a transar com aquela performance de um delicioso filme pornô, mas acaba rolando apenas uma punheta ou boquete entre vocês, só pra não perder a viagem. A situação chega quase a parecer uma tentativa frustrada de glory hole.

D- Você sempre tem um truque na manga, como programar o despertador do celular pra tocar 2 minutos após o momento do encontro, simulando que está recebendo uma ligação urgente de uma tia do interior que acabou de desembarcar na rodoviária e está precisando que alguém vá buscá-la. Depois de quase concorrer ao Oscar na categoria de “Melhor Ator”, você acaba se livrando da situação de ter que falar “não”, evitando que o cara possa ficar chateado após uma rejeição.

E- Jamais marcaria um encontro diretamente na sua casa ou na dele, justamente pra evitar este tipo de situação num lugar tão privativo… ou também pra evitar a possibilidade de ser encontrado horas depois numa banheira cheia de gelo, com um corte na barriga, faltando um dos rins ou o fígado.

Eu, pessoalmente, acredito que não exista uma única resposta para este tipo de situação, afinal, a sexualidade e a vida são repletas de opções e particularidades. Sendo assim, cada um é responsável por agir da maneira que bem entender.

Se para alguns pode parecer impossível transar com alguém que não lhe agrade visualmente, vale lembrar que há quem sinta o fetiche de transar num darkroom, escolhendo ficar totalmente às escuras, sem nem mesmo enxergar a outra pessoa.

Lembro que uma vez, via Hornet, um cara me fez a seguinte proposta sem nem mesmo ver as minhas fotos:

“Se você topar, deixo o seu nome autorizado na portaria e a porta do meu apartamento destrancada. Vai ter uma grana em cima da mesa, você pode pegar se quiser. Eu vou estar deitado de bruços na minha cama, quero que você entre, coloque a camisinha, me coma e vá embora. Não precisa nem se despedir, eu nem vou olhar pra sua cara”.

Se eu topei ou não, isso fica pra outra matéria.

Particularmente, eu acredito que o importante em todas as interações ou relações, iniciadas via app ou não, seja se permitir fazer tudo o que sinta vontade, mas sempre lembrando de respeitar os próprios limites e também os sentimentos alheios, assim, a mente e o corpo de ambos agradecem.

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