Roberto Camargo do “Terça Insana” falou com o Hornet sobre presença de LGBT nos palcos e muito mais

Roberto Camargo do “Terça Insana” falou com o Hornet sobre presença de LGBT nos palcos e muito mais

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Com 33 anos de carreira, dezenas de peças de teatro e dois filmes no currículo, incluindo “Que horas ela volta” de Anna Muylaert, Roberto Camargo, que atualmente está em cartaz no Arquivo Terça Insana, que tem apoio Hornet, nos recebeu em sua casa para falar um pouco de sua trajetória e levantar algumas polêmicas como de que forma a personagem gay está presente nos palcos e sobre personagens trans serem interpretados somente por atores trans.

“Minha carreira começou basicamente como diretor, depois passei uma temporada em Paris e na volta, como assistente de direção no Rio, eu já almejava vir pra São Paulo. Até vim participar em 1996, vim fazer um trabalho no grupo XPTO e acabei ficando. Já são 22 anos nessa cidade”.

Roberto Camargo

“Dentro do próprio humor, as personagens LGBT sempre ficaram confinadas à chacota. Elas apareciam para serem ridicularizadas. Eu não faço personagens LGBT, eu faço O personagem Betina Botox, que veio revolucionar essa maneira de ver o LGBT no palco. Esses últimos personagens LGBT famosos ainda carregam o estigma de ser alguém que vem pra tomar o lugar da mulher, pra dar em cima dos bofes das mulheres, um perigo á sociedade que era sempre mostrada de maneira ridícula”.

Roberto Camargo

“A Betina Botox veio para dar voz a essas pessoas e dizer que ridículos são os outros que criticam aquilo que ela é. Ela foi a primeira a dizer ‘bichinha não’, depois copiada por outros humoristas em seus diversos personagens gays. O Terça Insana inspirou textos de muitos personagens. De toda forma essa personagem foi uma revolução que fazia as pessoas rirem e também exigirem respeito pelo que são”.

Roberto Camargo

“Acredito que o ator tem que fazer tudo. Ter que se trans para interpretar uma personagem trans é uma grande bobagem, porque você não tem que ser bêbado pra fazer um bêbado. A representatividade está na personagem e penso que uma atriz trans tem que fazer uma mulher cis. Eu estudei pra ser ator, então a melhor coisa de a gente ser ator é justamente a gente poder ser outras coisas”.

Roberto Camargo gravou um trecho da entrevista para o Hornet. Assista:

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Foto de capa: Vitório Beretta

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